Os profissionais de odontologia, vez ou outra, são confrontados com escolhas difíceis que requerem uma ação decisiva e um julgamento que exige uma análise cuidadosa. Para permitir uma justa consideração para todas as partes, temos algumas diretrizes ou princípios de saúde que devemos dar a devida atenção.
Na prática da odontologia, os profissionais vivem uma série de preocupações éticas ao tratar pacientes. Acompanhe neste artigo alguns exemplos.
Paternalismo vs. consentimento
Paternalismo é a prática de agir como um “pai”, que faz o papel de tomar decisões pelo paciente. Anos atrás, a crença de que “o médico sabe tudo” era comum. Mas na verdade ele escolhe o tratamento que acredita ser o mais indicado para o paciente. Naturalmente, o paternalismo não é aceitável hoje porque elimina o direito dos pacientes de escolher o tratamento que eles acham que é certo para eles, mesmo que sua escolha não seja a que o médico achar melhor.
Vamos aos exemplos: Um dentista roma a decisão de remover um dente, pois pela idade do paciente ele acredita que este seja o procedimento mais fácil para que ele não tenha problemas no futuro, mas não menciona ao paciente o possível tratamento endodôntico ou substituição do dente extraído (se for necessário extração) por um implante. Esta conduta tora do paciente o direito ao consentimento informado. Este paciente não tinha todas as informações necessárias para tomar uma decisão informada para o atendimento.
O consentimento informado requer comunicação entre o dentista e os pacientes. O dentista precisa se certificar de que os pacientes compreendam suas opções e os pacientes devem ter certeza de que têm todas as informações, conhecem os benefícios e riscos, além de o impacto financeiro do tratamento.
Negligência na supervisão
A negligência supervisionada ocorre, mesmo em boas práticas odontológicas. Ela ocorre quando o dentista permite um procedimento ou uma abstenção de algum procedimento por parte do paciente, se essa prática interferir no tratamento ou diagnóstico.
Como, por exemplo um paciente que se recusa a fazer Raio-X porque acredita que faz mal para a saúde. Se neste caso essa prática dificulta o diagnóstico, a decisão do dentista deve ser sugerir que o paciente procure outro profissional para tratá-lo, pois isso pode prejudicar o tratamento e até causar mais problemas com a prescrição do tratamento errado.
Modelo de tomada de decisão para dilemas éticos
Esses dilemas éticos, embora típicos, ainda são difíceis de trabalhar em algumas situações. Os pacientes merecem exercer sua liberdade de decisão, mas não devem colocar em risco a sua saúde dental. Profissionais odontológicos devem pesar as opções que permitem a autonomia do paciente ao exercer beneficência e evitar a malefícios.
Alguns modelos de decisão podem ajudar a trabalhar esses dilemas para chegar a uma decisão ética. Um modelo eficaz para profissionais de saúde dentária avaliarem e resolverem dilemas éticos é ilustrado em “Ética e Direito em Higiene Dental” (2010) por Phyllis L. Beemsterboer. Beemsterboer. Neste livro ele descreve o seguinte modelo de tomada de decisão em seis etapas:
1- Identificar o dilema ou problema ético
2- Coletar informação
3- Indique as opções
4- Aplicar o princípio ético às opções
5- Tomar a decisão
6- Implementar a decisão
Conclusão
Conhecer os principais princípios da ética em saúde e saber como utilizar um modelo para resolver um conflito ético é a melhor maneira de resolver um dilema. Pesar todos os resultados é necessário para alcançar uma resolução justa. Existem inúmeros cursos sobre este assunto que podem orientar o profissional sobre como proceder em cada caso.
Mantenha-se informado e tome sempre a decisão correta!