Por onde iniciar os tratamentos de Preenchimento Facial? Contorno ou Refinamento?

Por onde iniciar os tratamentos de Preenchimento Facial? Contorno ou Refinamento?

Onde iniciar o tratamento com preenchedores faciais? Questionamento comum e frequente para os profissionais da Harmonização Facial ou Orofacial (tem diferença?). E vamos tentar responder isso daqui a pouco, mas vamos filosofar um pouco antes…

Quando um paciente chega no consultório e fala algo tipo “Doutor, quero preencher o meu bigode chinês, tá muito feio”, qual é sua ação? Você é dos que chegam lá e preenchem diretamente onde o paciente está se queixando?

Ou melhor:  seria inteligente agir diretamente no problema, e não na causa?

E as causas (sim são várias, é no plural), obviamente, são associadas ao envelhecimento cutâneo, ptose dos compartimentos de gordura, flacidez nos ligamentos faciais, ação muscular contínua, e se formos pensar, uma abordagem mais holística tem que ser feita.

Cada uma desses processos citados tem um tratamento específico: peeling, estímulo de colágeno, preenchimento, miomodulação, e é disso tudo que se trata a Harmonização Facial, não é? Mas seria pretensioso querer argumentar tudo isso em um único artigo, então agora quero discutir com você sobre o uso do preenchimento facial, que, na queixa de nosso paciente hipotético aí em cima, seria a terapêutica principal a ser feita.

Vamos pensar na situação em que o preenchedor é aplicado diretamente no nasolabial. Estive um tempo pensando em alguma analogia para explicar porque não faz sentido agir assim na maior parte dos casos, e pensei nisso:

Imagine que você está fazendo uma massa de lasanha, mas não tem o rolinho para esticar ela homogeneamente, então de forma hercúlea você decide que vai esticar da forma tradicional, com um rolo manual. E vai lá, depois de algumas horas de dor e sofrimento você olha pro resultado final e descobre que a massa está com partes mais grossas e partes mais finas, e sabe que a massa, para ficar correta, deve ficar com uma espessura homogênea.

Como passou algumas horas empenhado na tarefa, e agora está justificadamente cansado, resolve fazer uma adaptação de técnica e AO INVÉS DE ESTICAR MAIS para homogenizar a espessura pela parte que está mais fina, como seria o correto mas demandaria mais tempo de trabalho, você resolve dobrar a parte mais fina da massa, aumentando para que esta parte fique mais grossa. Suuuuper coerente.

Não tenho certeza, mas duvido que sua lasanha ficaria saborosa depois da sua genial 🙄 adaptação de técnica…

E se seguir a mesma lógica e resolver simplesmente preencher o nasolabial “porque ele está muito fundo” é mais ou menos fazer isso no rosto do paciente. Será que a profundidade do sulco, por si só, é uma justificativa para essa abordagem?

Aí entra o que comentei acima, uma visão do todo. E aqui dá pra perceber como o conceito MD Codes é genial. Todos os tratamentos são divididos  em 3 estágios: Fundation, Contour, Refine. Em tradução livre, seria algo como Fundação, Contorno e Refinamento. É uma sequência a ser tratada, uma “ordem certa” para que todo seu trabalho siga a melhor sequência para resolver o PROBLEMA, não a causa.

A causa do nasolabial, portanto, está associada a muitas alterações do envelhecimento que estão acontecendo em simultâneo. E aqui entramos no assunto que desejo conversar com você: Por onde começar a fazer o preenchimento facial?

Tratamentos estéticos “Retrô”

Ninguém pode negar que a Gretchen é uma personalidade importante para a harmonização orofacial. Importante para mostrar como um planejamento errado leva a alterações estéticas relevantes, e importante porque mostra que, quando planejado corretamente, o resultado fica excelente e natural, revertendo efeitos de tratamentos mal realizados.

Mas será mesmo que foram mal realizados? Eu prefiro considerar o que consideramos erro hoje são, na realidade, abordagens ultrapassadas. A ação mais comum nos preenchedores em seus primórdios (anos 80/90 com os preenchedores a base de colágenos e de PMMA) era tapar buraco. Tá fundo aqui, então preenche. Tá com sulco ali? Preenche.

3 personalidades que (possivelmente) realizaram tratamentos estéticos nesta fase “vintage” e que apresentam características semelhantes quando á estética facial obtida: Gretchen, Joelma e Zilu

O máximo que se fazia, para  “dar estrutura à face”, era utilizar o famoso “ponto de Ristow” de forma a projetar o tecido e “encher” o rosto. Ou seja, todo tratamento com essa abordagem “vintage” tinha o foco de projetar o tecido e não reposicionar, daí todas as pessoas que realizaram tratamentos nesta época ficarem “bochechudos”.

Aí encontramos características entre a harmonização das famosas que realizaram procedimentos nesse período… Todas com uma bochechinha bem marcada, projetando o tecido, não elevando, e isso nos traz a uma nova onda…

As famosas linhas de Hinderer, que por aqui erroneamente se chama de “Ponto de Ristow”. No passado, muitos trabalhos consideravam este o ponto mais importante para o preenchimento facial.

 

A Harmonização Facial está trending

Hoje vemos muito, muito na mídia, sobretudo em redes sociais, a presença de famosos, quase famosos e não famosos que se renderam à harmonização facial. É até engraçado ver como isso está visível, o mundo está muito preocupado com o que o outro fez ou deixou de fazer no rosto.

E há uma tendência hoje de buscar primeiro os tratamentos de contorno facial. Isso é fácil de perceber na busca de um melhor contorno facial: hoje estão na “moda”  as mandíbulas bem marcadas e os malares bem desenhados, à la Angelina Jolie ou Cleo Pires.

Cleo Pires, Angelina Jolie e Henry Cavill são exemplos do ideal do contorno facial na harmonização mais atual.

E isso é muito bom, porque o contorno facial foi negligenciado por muitos anos, e ao agir no contorno, é possível reverter, ou amenizar, aquele “bigode chines” que falamos anteriormente. Vai permitir melhorar o contorno facial e disfarçar um jowl ou aquela papadinha. Vai distribuir melhor os terços faciais alongando ou encurtando um perfil facial. Projetar o mento. Enfim. É uma abordagem não só mais atual, mas mais coerente.

Aqui, a “massa da lasanha” vai ser esticada até o formato ideal, todo tecido facial será reposicionado, diminuindo as marcas nasolabiais, marionete e olhos. E o melhor, sem dar um ar artificial, falso.

Então…

E vamos voltar para nossa musa, a Gretchen: justamente por ter grande projeção facial, a preocupação nos tratamentos passou a ser com o contorno facial é que fez o resultado dela ficar tão bom lá por 2019…

Claro que hoje ela já se encontra num processo exagerado do contorno, que também traz sequelas estéticas.

O importante o equilíbrio, harmonia. Não é disso que se trata a Harmonização facial?

Então veja aqui a sequência de tratamento que considero ideal:

têmpora, malar, angulo mandibular, pré-Jowl, mento, contorno facial, preenchedor facial, planejamento HOF
Estas são as áreas que podemos considerar de Contorno: têmpora, malar, angulo mandibular, pré-Jowl e mento e que devem ter prioridade no início dos tratamentos com preenchedores faciais.

 

preenchedor facial, planejamento HOF, refinamento, fronte, olhos, nasolabia, labiogeniano, sulco mentual, lábios
No refinamento, envolve sobretudo regiões mais associadas á mimica facial: fronte, olhos, nasolabia, labiogeniano, sulco mentual, lábios, que são as últimas regiões a serem abordadas.

Preparamos um manual que você pode baixar aqui com os preenchedores mais indicados para cada região, não deixe de consultar. Faz toda diferença conhecer o produto que você está utilizando.

Com isso em mente, siga sempre a correta: é iniciar pelo pontos de Contorno, e depois fazer o refinamento. Nunca o contrário. Então pense nisso no próximo seu próximo planejamento. Dê um ponto final à “Operação Tapa-buracos”.

E se quiser saber tudo dos conceitos mais atuais dos preenchimentos faciais e do MD Codes, e obter resultados cada vez melhores com nos preenchimentos faciais, conheça nossa reciclagem profissional

Até a próxima!



Publicado por:
Mestre em Medicina/Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Prótese Dentária, Prótese Bucomaxilofacial e em Harmonização Orofacial. Coordenador de cursos em Implantodontia e Harmonização Orofacial do Instituto Velasco, Diretor do Hospital da Face. Trabalha desde 2011 em harmonização facial.