A única coisa que sobe com o passar dos anos é a gengiva.
Com esse dito popular em mente, temos um resumo do que é o envelhecimento. Impreciso, diga-se, porque a gengiva da arcada inferior também desce, mas o importante é a essência desta afirmação.
Depois do 20 e até os 50 anos (aproximadamente) acontece um equilíbrio no turnover ósseo, ou seja, todo osso que é reabsorvido de forma fisiológica é apositado, ou seja, tudo que é reabsorvido é formado novamente, e desse modo fica por alguns anos, até que começa acontecer uma inversão neste fluxo: começa ter mais ação dos osteoclastos e o osso sofre mais reabsorção do que deposição.
Usualmente isso acontece após os 40 anos em média em mulheres, e um pouco mais pra frente em homens, e vai se agravando a medida que a mulher entra em menopausa (e o homem em andropausa, mas em homens isso vai acontecer muito depois do que em mulheres)
Esta redução do turnover ósseo vai levar a uma reabsorção fisiológica em várias regiões faciais, e ao perder ou alterar a base de apoio dos compartimentos de gordura, das origens musculares, todo tecido facial acaba sendo envolvido.
Já vimos sobre os compartimentos de gordura, que também tem suas alterações de volumes, e cuja ptose (ou mudança de posição) está relacionada aos ligamentos faciais.
Esta ptose, tanto em homens como em mulheres, respondem de formas semelhantes.
Forma-se o Jowl, o nasolabial se aprofunda, o lábio perde sua eversão, o filtro labial se planifica, o nariz tem um aumento de volume (pelas glândulas sebáces que se hipertrofiam associado ao aumento da abertura Piriforme), a têmpora se aprofunda pela reabsorção da gordura profunda, os ligamentos ficam frouxos devido à degradação do colágeno, e que este não é reposto pelo aumento dos fibroblastos senescentes, a sobrancelha sofre uma ptose pela perda dos volumes de gordura e flacidez dérmica, os olhos ficam com aspecto cansado pela alteração do rebordo ósseo alveolar e hiernação da gordura intra-orbitária, o contorno mandibular vai deixando de existir porque todo o tecido facial está se sobrepondo a ele…
Como já ouvi por aí, envelhecer é rolar ladeira abaixo.
Então aqui temos uma informação importante: Qual seria o momento certo para oferecer um tratamento com preenchedores faciais e diminuir os efeitos do envelhecimento?
Não é uma resposta simples, mas quero fazer algumas observações e que vai envolver outros procedimentos da Harmonização:
Um paciente jovem, 20/30 anos, os tratamentos têm foco preventivo. Toxina botulínica, Preenchedores para pequenas correções, terapias térmicas para manter a renovação de colágeno, coisas simples, se formos observar. Neste público é mais frequente a insatisfação com algum aspecto da face (“lábio fino”, “mandíbula sem definição”, nariz “batatudo”) do que propriamente um problema ou algo derivado do envelhecimento.
Na faixa dos 40/50 anos os sinais de envelhecimento começam a dar o ar das graças, aí não é mais tratamentos preventivos, e sim terapêuticas mais complexas e elaboradas. Bioestimuladores de colágeno, fios de sustentação, peelings mais profundos, complementados por toxina botulínica e preenchedores para uma melhor finalização dos resultados.
Após os 60 anos as alterações estão invariavelmente presentes e neste momento a busca é por evitar que se agrave os sinais do envelhecimento. Então os tratamentos com foco em redução de flacidez com peelings e bioestimuladores de colágeno, fios de PDO e de sustentação são os principais a serem adotados. A toxina tem pouco ou nenhum efeito mas deve ser aplicada de forma frequente, e os preenchedores, neste momento, não tem mais capacidade de “resolver” problemas, mas sim de buscar um refinamento dos resultados e manter o turgor dérmico.
Claro que você, leitor, pode discordar do colocado, pois afinal quem “começou a se cuidar aos 20 anos vai chegar aos 60 muito bem”, e o importante é entender que não discordo disso, mas também não é a regra.
Preenchedores não é um tratamento completo a não ser que poucas correções sejam necessárias. Particularmente não somos adeptos de usar preenchedores para fazer transformações faciais, mas sim utilizá-los de forma coerente para manter a jovialidade e naturalidade nos pacientes que nos procuram.
É disso que trata-se a harmonização facial!
“Doutor, eu não tinha essa marca na testa antes do Botox!”
E o envelhecimento fica perceptivo por algumas situações que enfrentamos com pacientes. Você já teve algum paciente reclamando que algumas marcas faciais que ele não tinha antes aparecera justamente depois da Toxina botulínica?
Nesta aula explicamos exatamente quais são e porquê elas aparecem!
Então temos que ir nos adaptando ao envelhecimento. E isso exige do profissional cada vez mais empenho para compreender a abordagem ideal para cada paciente.