pro ageing, pro aging, anti-aging

Fala certo, mano! É Pro-aging.

Sim, o fundo está na cor azul Very Peri que é a cor de 2022. Não fui eu quem disse, foi a Pantone.


E está nesse azul porque, se as empresas de cosméticos e estética podem mudar o que querem na hora que querem e deixar a gente louco durante a mudança, eu decidi que eu também tenho esse direito.

Então o fundo desse artigo é azul Very Peri, nada daquela cor sem graça, acinzentado, porque de acinzentado já basta a situação atual do Brasil.

“Mas porquê tanta revolta, Roberta??” Você deve estar se perguntando, né? Vou explicar.

Não sei se voce já ouviu falar no…

MOVIMENTO PRO-AGING?

🤔🤔

A essência do movimento é basicamente o seguinte:

Usar o termo ANTI-AGING pode induzir consumidores a acharem que o envelhecimento é algo ruim, que precisa ser combatido e pode, portanto, tirar a beleza e a importância deste processo. Assim, segundo as grandes indústrias da beleza e também os veículos de mídia, o melhor seria usar o termo PRO AGING (Pro envelhecimento), já que este traz uma idéia de envelhecer é desejável, mas com naturalidade e qualidade.

A idéia é transmitir uma informação oposta ao que o termo ANTI-AGING (anti-evelhecimento, anti-idade) traz, que é a idéia da capacidade de bloquear ou mesmo impedir algo inevitável.

Em 2017, a ALLURE, uma das revistas de beleza mais conhecida dos EUA, anunciou que deixaria de usar a expressão anti-idade. E justificou:

“Mudar a maneira como pensamos sobre o envelhecimento começa com a mudança na maneira como falamos sobre o envelhecimento”

“Quer saibamos ou não, estamos sutilmente reforçando a mensagem de que o envelhecimento é uma condição que precisamos combater”

“Repita comigo: envelhecer é uma coisa maravilhosa porque significa que temos a chance, todos os dias, de viver uma vida plena e feliz.”



O Premium BEAUTYnews, conseguiu sintetizar de uma forma muito boa a essência e filosofia desse movimento: “Pro ageing: “Let me be me!””.

Esta frase de efeito pode até parecer libertadora e autêntica, mas este pode ser o pior conselho de todos a seguir, até porque não é todo mundo que consegue sustentar uma mente saudável com o envelhecimento tão aparente e incômodo surgindo…

Mas na realidade este movimento todo teve início bem antes, por volta de 2007 , com as campanhas lindíssimas da Dove que sempre teve o foco em realçar a beleza natural, a individualidade e que sempre mostrou o poder envolvido na auto-aceitação e na auto-valorização. 

Parece muito bonito. Filosófico até, não concordam comigo?

Mas obviamente que a industria e o marketing não tem qualquer interesse em serem honestos ou realistas. E diria mais, em serem justos sobre as limitações de seus produtos e sua real capacidade.

Nesse mundo a honestidade e a realidade dão lugar ao sensacionalismo e as promessas vazias.

E por trás dessa mágica da “auto aceitação” talvez esteja a dura realidade judicial  acerca da grande propaganda enganosa no uso do termo ANTI-AGING pela industria dos cosméticos e da beleza.

Pois divulgar algo que é capaz de bloquear/ impedir o envelhecimento, pode ser caracterizado como propaganda enganosa ou mesmo como fraude.

Segundo a FDA todo e qualquer produto que tenha a capacidade de alterar alguma estrutura ou alguma função de um organismo vivo, é considerado e deve ser registrado como um medicamento.

E, só por isso, já podemos concluir que todo cosmético que está rotulado como anti-aging não é confiável: talvez funcione como um bom hidratante facial, mas como não como um anti-aging.

Tecnicamente falando, para serem considerados anti-aging deveriam promover modificações na estrutura da pele e consequentemente deixariam de ser cosméticos, concordam?

Já a ANVISA  classifica os produtos para rugas como um produto cosmético Grau II (produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes), ou seja, contribui bastante para continuarmos sendo iludidos no que diz respeito à supervalorização dos resultados esperados de tais produtos.

Esse não é um canal para expor minhas opiniões (ok, talvez seja) e sim fatos, mas vou abrir uma exceção e dizer que a classificação da FDA me parece bem mais coerente, não sei, só me parece.

Mas e aí? O certo é falar…

PRO AGING ou ANTI-AGING?

Ainda estou me perguntando isso na verdade. Se formos analisar o significado do prefixo PRO,  que exprime a noção de “a favor de” , pode ser que eu esteja usando cremes que “sejam a favor do envelhecimento” e que vão me deixar com sinais do envelhecimentos de forma antecipada. 😂

Penso que o pessoal não está acertando muito no marketing né?



Talvez o melhor termo a ser utilizado no fim das contas deveria ser, AGE-DEFY (algo que vai desafiar o envelhecimento), que me parece mais realista que o termo ANTI-AGING e me parece menos assustador que o termo PRO AGING.



Mas não sou eu quem decide essas coisas.né? 

É isso ai, pe-pe-pessoal!!



 

Ah! Tem um PS.:

Sobre os termos: ANTI-AGING ou ANTI-AGEING são essencialmente iguais. A primeira versão (sem o “e”) é falada nos EUA e Canadá e a segunda (com o “e”) na Grã-Bretanha e Austrália. Diferenças como acontece no português do Brasil e de Portugal…


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Publicado por:
Mestranda em Harmonização Orofacial, Especialista em Harmonização Orofacial e Ortodontia, é coordenadora clinica dos cursos presenciais do Instituto Velasco, atuando em várias áreas dentro da Harmonização Facial. Atua na área desde 2011.