Desde que me lembro por gente, 3 ou 4 anos, eu leio gibi.
Tive fases, começando com a Familia Pato da Disney, na adolescência fui pra heróis e seres superpoderosos, e a medida que fui envelhecendo, os gostos mudavam (ou melhor, se ampliavam porque ainda hoje acho que não tem nada melhor que uma historia do Pato Donald ou do Batman…).
Comecei a ler os europeus, bandas desenhadas franco-belgas e personagens como Tintin, Spirou, Asterix e seus autores/artistas como Moebius, Jean Van Hamme, Goscinny, Franquin, Morris.
Acabei caindo logo em seguida (ou foi ao mesmo tempo? Não lembro…) com cartunistas americanos, como o Bill Watterson, Charlie Schulz, Patrick McDonnell… E confesso, demorei para conhecer os artistas brasileiros e latinos: Angeli, Millor, Laerte, Jaguar, Mordillo e mais recentemente André Dahmer, Liniers.
O fato é que até hoje leio gibi e tenho uma fascinação por desenhos e artes em geral…
Nesta semana fiquei triste com a morte de um destes seres alienados do lápis e tinta, um argentino chamado Joaquín Salvador Lavado Tejón mas que assinava todos seus trabalhos como Quino. Você pode não conhecer o autor, mas quase certeza que conheçe o personagem que ele nos legou: uma menininha de 6 anos chamada Mafalda, que adora Beatles e odeia sopa.
E foi justamente nessa situação que acabei relembrando algumas coisas dele, como ele tinha um traço elegante e bonito, sempre com idéias inteligentes que transitavam entre o absurdo e a acidez crítica de tudo e de todos…
Neste revival eu topei com uma tirinha da Mafalda onde o irmãozinho dela, Guillermo, apronta uma sensacional:
Mas o que me chamou a atenção, além da poesia dentro desta frase (incrível um simples lapis guardar tantas coisas!), é que vivenciamos isso diariamente com a Harmonização Orofacial.
Que coisas incríveis estão guardadas em uma seringa de preenchimento, em um vidrinho de bioestimulador ou em poucas gotas de toxina botulínica…
Meio que trabalhamos como o Guillermo, transferindo para a realidade tudo que está guardado nestas seringas, frascos e ampolas. O resultado? Depende de você, porque não há limites.
E longa vida ao Quino!