Rinomodelação Passo-a-Passo

Rinomodelação Passo-a-Passo

Apresentamos com trabalho de conclusão de curso da hoje especialista em harmonização Orofacial  Dra. Sônia Ribeiro de Oliveira. Este artigo detalha métodos e técnicas muito desejadas na Harmonizaçao Facial como a Rinomodelação.

O entendimento de beleza relacionado à estética facial incorpora diversos elementos, incluindo gênero, raça, cultura, época e valores sociais. Além desses fatores, características específicas como o tamanho do rosto, a harmonia e a conformidade das feições também são cruciais. Esses aspectos são fundamentais para definir os procedimentos estéticos adequados para cada pessoa, enfatizando a importância de protocolos personalizados.

A rinoplastia é um tipo de cirurgia considerada de menor complexidade. No entanto, mesmo sendo realizada por profissionais qualificados, pode envolver riscos de complicações ou resultados inesperados, como sequelas funcionais e estéticas. Isso tem incentivado a busca por inovações que possam melhorar as condições de recuperação e reduzir os impactos adversos. Uma dessas inovações é o aumento do uso de rinomodelação com preenchedores.

Historicamente, a aparência pessoal tornou-se cada vez mais valorizada, motivando a procura por correções estéticas, especialmente na região nasal. No final do século XIX, o uso de parafina para aumentar a estrutura do dorso nasal foi introduzido, seguido, décadas depois, pela utilização de silicone, que mais tarde mostrou ter problemas associados. Na década de 1980, o colágeno bovino foi introduzido como o primeiro preenchedor facial aprovado para uso cosmético. A busca por segurança e qualidade continuou, levando ao desenvolvimento da hidroxiapatita de cálcio, destinada a corrigir imperfeições no nariz.

Os preenchedores à base de ácido hialurônico tornaram-se os biomateriais mais populares devido à sua segurança, eficácia previsível e facilidade de aplicação. Eles são preferidos também por permitirem uma recuperação rápida e por serem reversíveis com o uso de hialuronidase em casos de necessidade. Embora não sejam uma solução permanente, esses procedimentos têm ganhado popularidade entre os profissionais devido às suas características menos traumáticas e dolorosas, e a menor probabilidade de complicações comparativamente à rinoplastia tradicional.

O objetivo deste estudo é analisar o uso do ácido hialurônico em rinoplastias, descrevendo a técnica aplicada, compreendendo a anatomia da região, identificando as necessidades e queixas dos pacientes para determinar a quantidade e a aplicação do material.

A Importância do Nariz na Estética Facial

A rinoplastia é um dos procedimentos cirúrgicos estéticos mais comuns na cirurgia plástica. Nos últimos vinte anos, houve uma mudança significativa nas técnicas utilizadas, com uma transição de métodos ablativos, que envolviam redução ou divisão das estruturas ósseo-cartilaginosas, para técnicas que preservam a anatomia original e utilizam suturas que conservam a cartilagem e promovem o aumento de áreas deficientes. Essas técnicas visam corrigir deformidades de contorno e restaurar o suporte estrutural.

A rinoplastia é considerada um dos procedimentos mais complexos e recompensadores na cirurgia plástica, requerendo uma percepção artística e uma sutileza técnica. O cirurgião responsável deve ter um profundo entendimento da anatomia subjacente e uma apreciação das interações dinâmicas entre osso, cartilagem e tecido mole. Um planejamento cirúrgico detalhado e uma análise nasofacial completa são essenciais para alcançar um resultado estético que se harmonize com o resto do rosto.

Os princípios de uma rinoplastia bem-sucedida envolvem uma análise clínica detalhada, definição clara dos objetivos da cirurgia, consultas e planejamentos pré-operatórios meticulosos, execução cirúrgica precisa, gestão pós-operatória adequada e uma avaliação crítica dos resultados. As estratégias durante a cirurgia incluem a exposição correta da deformidade nasal, preservação e restauração da anatomia normal, correção incremental da deformidade, manutenção da via aérea nasal, e consideração das interações dinâmicas durante o procedimento.

A rinoplastia é conhecida por seu alto risco, principalmente devido à previsibilidade limitada dos resultados estéticos. Isso se deve em grande parte à complexidade do processo de cicatrização, que envolve vários tipos de tecidos como osso, cartilagem, mucosa, pele, gordura, fáscia, músculos, nervos, vasos, pericôndrio e periósteo. As reações individuais a esses elementos podem variar e estão fora do controle do cirurgião, podendo resultar em complicações que não são previsíveis. As complicações podem surgir como parte da resposta individual ao procedimento ou podem ser o resultado de erros na análise pré-operatória, na técnica cirúrgica utilizada, ou nos cuidados pós-operatórios.

Diversas técnicas podem ser usadas para reduzir a projeção da ponta nasal, incluindo a ressecção de partes específicas das cartilagens, com diferentes resultados e riscos associados. A manipulação da posição das cruas mediais também pode influenciar a projeção e a rotação da ponta nasal, alterando assim a aparência geral do nariz e a relação entre a columela e o lábio.

Relato de Caso Clínico e Técnica de Rinomodelação

Paciente R.R.C. 32 anos com queixa principal do nariz “caído”. Caso realizado pelas dras. Dra. Sônia Ribeiro de Oliveira e Dra. Thaís Rodrigues Galache. Realizado pela correção do dorso nasal e estruturas anexas com uso de ácido hialurônico e sutura columelar. Paciente assinou TCLE e liberação de imagens para estudo de caso clínico.

Rinomodelação Passo-a-Passo
Paciente de perfil onde demostra o nariz “caído”

Foi realizado o procedimento de rinomodelação com 0,8ml de ácido hialurônico Rennova Lifft com uso de cânula TAB 23G/30mm e sutura columelar com fio Nylon BIOSUT 5.0.

Técnica utilizada: pertuito na base nasal encostada na columela e com a cânula a 90° depósito de 0,2 ml, e pelo mesmo pertuito com ângulo de 45° mais 0,2 ml

Com o paciente com a cabeça esticada entrar com a cânula pelo mesmo pertuito e inclinar a cânula em direção a ponta nasal, encostar com cuidado e depositar 0,1 ml da região TIP e desce pela columela retroinjetando 0,2 ml de AH.

Curvatura da cânula para entrada pelo mesmo pertuito. Projetar o nariz para trás e entrar com a cânula pela columela até a ponta nasal (TIP).
Voltar na columela retroinjetando 0,2 ml (Para lembrar q só começa a retroinjetar quando estiver na columela e nunca passar de 0,1 ml na ponta nasal).

 

Na região no início do dorso fazer outro pertuito e entrar com a cânula paralela ao dorso e retroinjeção de 0,1 ml de AH

 

Para elevar ainda mais a ponta nasal e dar uma maior estabilidade, foi realizado sutura columelar na base da columela

 

Considerações sobre a Rinomodelação

Ao considerar a realização de modificações faciais, é essencial avaliar diversos aspectos da estrutura facial, incluindo o ângulo naso-labial, que é um fator determinante para a harmonização facial de cada indivíduo. Este ângulo é calculado levando-se em conta a borda inferior do nariz e o filtro labial, e as normas sugerem ângulos de 95-100 graus para mulheres e de 90-95 graus para homens.

Em termos de procedimentos estéticos, é fundamental reconhecer as características individuais de cada paciente, que incluem o formato do rosto, tipo de pele, cartilagem e dorso nasal, entre outros. Esses fatores são cruciais para determinar os procedimentos apropriados. Além disso, a prática e o uso do ácido hialurônico são frequentemente explorados devido à sua capacidade de reintroduzir volume e flexibilidade à pele, que naturalmente perde ácido hialurônico com o envelhecimento, resultando em rugas e outras marcas de expressão.

O ácido hialurônico, utilizado em rinomodelações, é composto por ácido D-glicurônico e N-acetil-D-glicosamina, e é valorizado por sua habilidade de se dissolver na água, permitindo procedimentos não invasivos de modelação nasal. A rinomodelação com preenchedores reabsorvíveis é um procedimento relativamente simples e oferece resultados estéticos aceitáveis em casos bem selecionados, mas requer conhecimento anatômico detalhado para minimizar o risco de complicações.

Os preenchedores à base de ácido hialurônico são menos invasivos e prometem uma recuperação mais rápida em comparação com procedimentos cirúrgicos, embora tenham uma duração limitada de 4 a 8 meses, o que pode necessitar de reaplicações periódicas. O processo de rinomodelação começa com uma discussão aprofundada entre o profissional e o paciente para garantir que ambos entendam e concordem com os objetivos do procedimento.

Durante a aplicação do ácido hialurônico, é realizada uma distribuição cuidadosa em áreas específicas do nariz, como a base columelar, columela, ponta nasal e dorso, sob anestesia local para minimizar o desconforto. É vital compreender e respeitar as características principais da região nasal para evitar o tratamento excessivo de áreas que não necessitam de alterações ou a subtratamento de áreas que requerem atenção.

No pós-tratamento, é recomendado um repouso adequado e cuidados específicos para otimizar a recuperação e prevenir complicações, como o uso de esparadrapo micropor e evitar o contato direto com a região tratada. Em resumo, o uso de preenchedores faciais visa proporcionar tratamentos menos invasivos, de custo controlável, com menor incidência de efeitos colaterais, melhorando as técnicas e os movimentos faciais do paciente.

Os procedimentos com o uso de preenchedores são considerados uma ótima opção devido a minimização dos aspectos e danos colaterais, de acordo com tais abordagens, se apoiar em tratamentos neste viés potencializam os resultados trazendo melhorias para o quadro dos pacientes.
Mesmo não apresentando características similares a rinoplastia, como a permanência do tratamento, muitos optam por seu uso, baseado em questões como pós operatório, recuperação entre outros.
A opção por este tratamento não apresenta a durabilidade, contudo, a recuperação permite amplas mudanças e tratamentos posteriores.


Publicado por:
Mestre em Medicina/Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Prótese Dentária, Prótese Bucomaxilofacial e em Harmonização Orofacial. Coordenador de cursos em Implantodontia e Harmonização Orofacial do Instituto Velasco, Diretor do Hospital da Face. Trabalha desde 2011 em harmonização facial.